We have an appointment Mr. Wolfkrow

Bom dia, tarde, ou noite,
Venho informar que eu e outro louco de uma demência mais calma, no entanto igualmente perigosa, se não mais, assumimos a personalidade de Mr. Wolfkrow e Mr. Wolfwood, há já algum tempo.
Convido-vos a criar os vossos Wolfs e trocarem cartas com gente desta natureza.

As regras são as seguintes:
1 - Um Wolf é louco
2 - Um Wolf é alguém de prestigio suficiente na sociedade para ser considerado excêntrico e não demente
exemplo: Wolfkrow é um temido crítico de várias áreas.
Wolfwood é um cientista prestigiado.
3 - Um Wolf interessa-se especialmente pela condição humana.
4 - Um Wolf dá uma grande importância a pequenos pormenores, como por exemplo o chá, especialmente o chá (e as gravatas).
5 - Grandes acontecimentos, revelções, surpresas, não merecem grande importância aos olhos de um Wolf.
exemplo: - Olhe, Mr. Wolfwood, sabia que guerra chegou ao nosso país?
- Meu amigo, não seja impertinente, estou a ver o pôr do sol!
6 - Não há qualquer razão para os Wolf tere todos Wolf no nome.
7 - Wolfkrow viaja pelo espaço, Wolfwood pelo tempo. (Quem quiser arriscar pensar num poder pode faze-lo)
Nota: Sendo estes poderes de grande importância, não é nada a que um Wolf dê muita atenção.


Quem quiser entrar terá de enviar a descrição do seu Wolf, tudo sobre o mesmo, e submeter-se a uma aprovação por parte de Wolfkrow e Wolfwood.

Enviar descrição, bem como qualquer dúvida para
elai_st@hotmail.com

De:
Mr. Wolfkrow
Exactamente daqui,
Do lado de cá da mesa,
Dia de hoje, do presente mês, deste ano ou do próximo


Para:
Mr. Wolfwood
Naturalmente, do outro lado da mesa,
Do mesmo dia, ano e mês

Meu muito querido amigo,

Venho por este meio, que não me parece nem melhor nem pior que outro qualquer, informá-lo de que o chá estará pronto dentro de breves instantes. A fonte desta informação partiu do meu mordomo que nos entrou pela porta do escritório há momentos atrás, como aliás pode notar.
Queria então desafiá-lo para rodar um ponteiro do seu relógio e adiantar esta triste espera, pois tenho imensa sede e um chazinho vinha mesmo a calhar.
Para além deste assunto, lhe adianto que talvez não fosse a pior das ideias convidar a sair o cavalheiro de face enregelada e olhos trocados, que se encontra neste momento plantado no meio da sala à espera que tratemos de algum assunto que nos compete.

Sem mais assunto,
Mr. Wolfkrow

P.S.: Muito lhe invejo a gravata hoje escolhida, meu caro amigo. Não esperava menos do seu bom gosto.

De:
Mr. Wolfwood
Mais ou menos deste local,
Do lado que me é mais próximo dessa coisa que vós denominastes magnífica, no entanto estranhamente, "mesa",
Algures entre o agora e o já, mas de outro dia qualquer, daquele ano da gravata azul, lembra-se? Uma maravilha...

Para:
Mr. Wolfcrow
Aproximadamente no centro do meu campo de visão,
No lado mais longínquo desta estrutura de madeira de forma rectângular, de um castanho leve, com quatro estacas perpendiculares ao seu plano, situadas nos cantos da mesma,
Exactamente no mesmo momento que há uns momentos atrás

Meu querido amigo,

Folgo em saber que teve a amabilidade de ordenar que chá fosse confeccionado, mas perdoe-me, hoje parece estranho... Há algo em si que me parece fora do normal... Talvez não tenha tomado o remédio que lhe confere a possibilidade de não ter um cão... Hum...
Agora que fala nisso, realmente estive em vias de me questionar de quem seria a engraçada e alegre gravata preta que vos trouxe tal informação precisa, só para me aperceber, por fim, que a gravata era na realidade azul escura... É interessante como a mudança de cor foi tão abrupta e artificial...
Passo então a adiantar tais momentos tortuosos, tais malditos segundos, suplantados graciosamente com a ligeireza de um subtil empurrão do ponteiro comprido... Pronto. Algo me leva a acreditar que o chá está a frente tanto dos meus, como dos seus olhos Mr. Wolfcrow... Será isto possível? Faça por responder o mais avidamente possível meu caro amigo, pois esta gigantesca dúvida persiste na minha mente há já várias repetições do mesmo momento temporal.
No que diz respeito ao senhor cujas raizes estão a partir o chão desta divisão deste edifício, concordo consigo em que não será das melhores ideias tirá-lo da sala agora, portanto pedirei à gravata preta-azul escura para regá-lo mais tarde.

Sem mais tinta,
Mr. Wolfwood

P.S.: Muito obrigado, mas permita-me que lhe diga que a sua é a minha favorita, pois foi através dela que pudémos ter a honra de provar chá da Pérsia antiga pela primeira vez, faz daqui a pouco muitos anos. Lembra-se?

De:
Mr. Wolfkrow
Exactamente no mesmo sitio, entre a cartola e as botas
Um pouco depois de ainda à pouco, o que é irrelevante, pois é também um pouco antes de daqui a pouco

Para:
Mr. Wolfwood
A coisa de metro e meio da pena que rabisca
No dito ano da dita gravata (realmente uma maravilha, de uma classe inegualável)

Meu velho e fiel amigo e companheiro de peripécias,
Muito folgo em falar consigo, e que excelente pontaria o senhor demonstra ter mais uma vez. Não havia nem dois minutos, estava a comentar consigo as saudades que tinha de si, quando de repente me chega a sua carta à minha secretária!
Quanto aos comprimidos, tem toda a razão meu amigo, acabou-se-me o dito medicamento, sendo o horror que encontra na minha expressão nada menos que o medo de que surja um qualquer canídeo ladrando mais e arfando de ar feliz que me impeça de trabalhar!
Quanto à nossa nova planta, devo dizer-lhe que seria muito acertado mandar podar aquela horrível gravata (pode ser que uma nova nasça em seu lugar).
Devo dizer-lhe, meu caro, que desconfio da cor dessa maldita gravata desde o dia em que a vi pela primeira vez, diria que com destreza, aquele que nos serve o chá, tem iludido, com habilidade de ilusionista, os nossos olhos confusos que mal descodificam cores de natureza tão escura! Mas garanto-lhe que vou desmarcar a enfadonha visita que hoje me ocupava o horário, para ir eu próprio comprar gravatas claramente pretas… quero dizer, escuramente pretas… ora, pretas e basta! Gravatas pretas para o meu mordomo! Quer vir comigo, Mr. Wolfwood? Bem sei que trabalha arduamente nesse estranho campo que é a ciência, no entanto, um assunto de tal ordem não pode esperar!
Quando á sua dúvida tão bem colocada, e de fundamento perturbante, tenho a dizer-lhe que quase jurei tratar-se de um chá preto demasiado concentrado, até que reparei que se trata da tinta na qual molho a minha pena para lhe escrever!

Aguardando notícias com saudade,
O seu amigo,
Mr. Wolfkrow

P.S.: Olhe, ai vem o chá! Quer açúcar?

De:
Mr.WolfGood
Num presente já previsto no futuro.
Sentado onde saberia que iria estar.
A escrever uma carta já enviada , recebida e respondida.


Para:
MrWolf's
Claramente Honrrados, assim como eu.
Preparado para a degustação de um belo chá, que por meios inólvidáveis já se encontra desgustado.

É com tremenda satisfação, que me junto ao vosso clube para futuras e passadas discussões. Do já conhecido e do que falta por descobrir.
Como os meus caros claramente não conseguem esquecer, a minha gravata perdeu-se pelas eras, e sem ela o que resta de mim? Apenas mais um navegante sem rumo, um filósofo endiabrado, com medo da dor da ignorância ( essa sim a verdadeira dor).
Mas não lhes escrevo apenas para comentar assuntos que têem a eles adjudicados uma perda inagualável, até porque como os meus exlentissimos têem a perfeita noção basta apenas abrir uma lata de comida para gato e a mesma voltará mais feliz do que nunca.
Peço de esta forma para me juntar a vossa tremenda e coerente celebração de água quente aromatizada que tão bem nos faz, e à troca tão saudável de correspondência já recebida e rienviada.

De um Futuro muito próximo me despeço.
O vosso amigo.

Mr.WolfGood

Ps : Não desmarque essa visita. Tratei de lhe enviar algumas gravatas, devem estar prestes a chegar ,espero que goste caro Mr.WolfKrow

De:
Mim, claro está
Algures entre aqui e ali
Por volta desta hora, mais ou menos

Para:
Si, assim o espero
Onde quer que o amigo se encontre
Mais ou menos há umas horas, que há de ser quando o senhor leu esta carta

Meu caro Mr.Wolfwood,
Que bom é receber notícias de tão estimado colega! O que achou da carta? ainda não a escrevi, mas certamente já a leu. Até podia declama-la para mim, de modo a me inspirar a escreve-la. Dizem que não me dou muito mal com a escrita, de modo que gostava de conversar comigo próprio acerca da mesma, mas tal ficará para outra carta redigida a mim, à qual terei todo o gosto em responder!
Com orgulho na nossa amizade que por muito ainda perdurará, tal como me informou vossa excelência, lhe convido oficialmente a opinar nestas pequenas divagações de natureza contestável, assim como, principalmente, partilhar da colecção de requintados chás de aroma irresistível.
Ora aqui o aguardo, mas venha depressa antes que arrefeça!
Ainda mais lhe adianto, bem, no sentido figurativo, pois nada lhe pode ser adiantado meu caro, como bem sabe, que Mr. Wolfwood se encontra num dilema terrível, parece-me que não consegue decidir qual a colher acertada a usar, de modo que se conseguisse cá estar antes de daqui a pouco, seria de grande ajuda e poupar-nos-is muito tempo, se fizesse o favor de nos adiantar a escolha do nosso querido amigo comum.

Um bom dia, que a cartola não lhe aperte nem lhe caia e a bengala não lhe escorregue,

Mr. Wolfkrow, quase de certeza!


P.S.: Traga aquela gravata daquela cor que tão bem reflecte o estado actual daquilo que não é mais que o reflexo de um ser incumbido de prevalecer no seio de algo que sendo superior a si próprio, não é mais que uma metáfora do que outrora se revelou apenas uma sinopse de tudo o que assim o era... ás bolinhas amarelas.